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sexta-feira, janeiro 15, 2010

O relacionamento

Olá, leitores. Eu fiquei MUITO tempo longe daqui do blog, mas foram por causas muito justas. Durante todo esse tempo que eu fiquei longe do blog e de outras coisas, algumas histórias aconteceram comigo. Algumas engraçadas, outras tristes, outras que me colocaram em momentos de apreensão e outras que são sem noção.
Tentarei postar duas histórias estranhas toda sexta. E como diz o ditado "O que vale é a primeira impressão", a primeira história tem que ser uma que realmente prende a atenção de quem lê. Não sei exatamente qual vai cumprir esse requisito, porque acho que todas vão acabar interessando vocês, mesmo se for só um pouco.

 Essa história aconteceu de setembro para outubro. Lembro porque um filho de um colega meu estava todo animado com o seu possível presente de Dia das Crianças e eu achava isso engraçado. Mas isso não vem ao caso.
Estava eu, todo ocupado em minha casa, afundado em papéis sobre diversos assuntos idiotas que não me recordo agora (Ainda bem), e de repente o telefone toca. Não tinha a mínima ideia de quem poderia ser. Os papéis deveriam ser entregues na segunda, já tinha falado com a minha família naquele dia, as contas estavam todas pagas e não tinha pedido nada pelo telefone. Quando eu atendi, era uma ex-namorada que não via fazia pelo menos uns três anos. Me toquei de que meu telefone estava na lista telefônica.

A voz dela estava um tanto distante, desesperada. Parecia que algo muito ruim tinha acontecido com ela. E era verdade. Ela tinha me ligado para falar que tinha descoberto há pouco de que estava com cancer, e que não conseguia parar de pensar em mim. Eu fui o último namorado dela. Desde que nos separamos, ela não quis se relacionar assim com mais ninguém. Eu via a mãe dela às vezes, e sempre perguntava como ela estava. A mãe dela sempre respondia a mesma coisa: Quando eu falo que te encontrei, ela pergunta bastante de você.

Nunca achei um tempo pra ir atrás dela pra ver como ela estava. Quando nós terminamos, dissemos que continuarímos sendo amigos. Eu, normalmente, acho isso idiotice e que depois de você namorar uma pessoa e realmente conhecer ela, se você acabar deixando essa pessoa, os problemas que você deixava passar no relacionamento vão acabar fazendo alguma diferença para você.

No sábado eu fui encontrar ela em um barzinho que a gente ia de vez em quando na nossa hora do almoço. Ela estava mesmo arrasada com a notícia. Não era um tipo de cancer grave, o doutor disse pra ela que ela ia se curar dele facilmente. Mas mesmo assim ela estava desesperada, como se ela fosse morrer em poucos dias.
A gente discutiu um pouco sobre o assunto, eu tentei animar ela um pouco em alguns pontos da conversa, ela dava umas risadinhas às vezes, mas sempre com lágrimas nos olhos. Do nada, houve um silêncio que pareceu durar vários minutos.

E de novo do nada, ela vira pra mim e fala que sentia saudades. Eu falei que também sentia, mas acho que foi mais coisa do momento. Estar com ela fez várias lembranças boas voltarem. E lembranças ruins também. uma dessas lembranças ruins foi exatamente a do dia que a gente resolveu terminar. Mais especificamente, a razão do término. Não vou entrar em detalhes aqui. Assim como não digo o meu verdadeiro nome e nem disse o nome da ex, quero manter essa razão idiota escondida.

Logo depois de ter dito que sentia saudades dela, já fui dizendo que não dava pra gente voltar a ficar juntos. Citei o episódio do término e ela, meio contrariada ainda, concordou que não voltar era a melhor atitude. Depois disso, a conversa foi até mais animada. Parecia que ela tinha se esquecido completamente do cancer e de que eu já tinha sido o namorado dela. A conversa seguiu em tons de amizade e alguns tons de ousadia. Na hora de ir embora, a gente deu um abraço super apertado que me fez lembrar de alguns momentos bons do relacionamento. Trocamos nossos números de celulares e finalmente tomamos o caminho de casa. Separados.

Em casa eu tive que apressar os papéis em que eu estava trabalhando a tarde toda. Não dava tempo nem de parar para pegar alguma coisa na geladeira. Só fui acabar de mexer nos papéis à noite. Só tive forças para tomar um banho e me jogar na cama. Eu fiquei pensando: o que poderia ter acontecido se a gente tivesse resolvido voltar a namorar. O que eu iria passar durante o tratamento dela? Como ela iria reagir ao tratamento? Algumas outras perguntas vieram à minha cabeça, mas tratei logo de deixar elas irem embora.
Prefiri ficar com as lembranças do passado que  gente teve junto e não fabricar algumas de um futuro que a gente resolveu não ter.

Um comentário:

Denderotto disse...

Interessante a hitoria {: