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sexta-feira, janeiro 22, 2010

Histórias de colegial

Estava eu, há alguns dias atrás, lembrando da minha época de colégio e me lembrei de uma história em particular.
Todo mundo já teve amores de colégio. Aquela garota que te deixava com sensações engraçadas, aquela outra que sempre sorria com alguma frase sua ou ainda aquela que te fazia rir.
A que lembrei talvez se encaixe em algum desses exemplos citados.

O que realmente aconteceu foi que eu me apaixonei por uma garota que tinha namorado. A garota e eu já éramos amigos por uns dois anos e eu sempre deixava "escapulir" pra ela que eu gostava dela de um jeito diferente, algo mais do que amigos. Ela, por sua vez, dava uma risadinha e deixava bem claro que nós éramos somente amigos e que seria assim "até ficarmos velhos e pelancudos"(sic).

Na verdade, não me importava de ser apenas amigo dela. Por um bom tempo, eu até achava legal isso de "sentimento não correspondido, mas compreendido" que existia entre a gente. Isso até eu arranjar uma namorada de colégio e ela terminar com o seu namorado.
Quando isso aconteceu, ela "colocou as garras pra fora" e meio que começou a me evitar em algumas ocasiões, mas sempre quando a gente passava um tempo juntos, ela falava mal da garota que eu estava.

Eu me sentia mal com isso, claro. Era inexperiente e ela era minha melhor amiga. O que eu podia fazer?
Não fiz nada em relação. Continuei com a mesma garota e mantive minha amizade com ela.

Com o passar do tempo (meu namoro durou cerca de um mês), percebi que a namorada estava ficando distante. Eu perguntei à ela o que estava acontecendo. Ela disse que minha amiga dizia à ela que eu não gostava realmente dela. Que eu estava ficando com ela apenas por diversão, ou algo desse tipo, não me lembro exatamente dessa parte. Com isso, a gente terminou.

Eu chamei minha amiga pra conversar no final do dia, na rua debaixo da escola, embaixo da árvore gigante que tinha (ou tem) na frente da secretaria. Lembro praticamente de tudo que conversamos nesse dia.

EU: Fiquei sabendo de algumas coisas que você andou falando pra Ex. Eu não gostei muito disso não... (conversa pré-adolescente ainda, eu era muito novo)

ELA: Ah... Você ficou sabendo por quem? (Queixo erguido, olhos fixos e distantes)

EU: Pela Ex mesmo. Ela falou que você falava pra ela que eu não gostava dela de verdade. (gesticulando)

ELA: Ah, mas não é verdade? Você não gosta mesmo dela, gosta? (olhando diretamente nos meus olhos)

EU: Ah, eu... gosto. Mas não do jeito que gosto de você...(fraquejando...)

ELA: Então, isso que aconteceu pode ser uma coisa boa. (olhando direto nos meus olhos, se aproximando e pegando minha mão)

EU: Como assim? (fazendo uma cara de "bobo que não entende nada")

ELA: Nesse tempo que vocês ficaram juntos, você só teve tempo para ela. Você não tirava nem um tempo razoável para falar comigo, me fazer rir, me fazer sentir..... diferente. (insira aqui uma pausa de um minuto, e continue lendo)

EU: Diferente como? (fazendo uma cara de "bobo que não entende nada")²

ELA: Você sempre dá um jeito de falar que gosta de mim e eu sempre dou um jeito de ser..... palhaça. (a mão dela na minha, os olhos dela nos meus...) Eu to cansada de ficar bancando a durona na frente de você. (voz fraca, e eu começando a entender tudo e o ego indo lá no topo da àrvore) Nesse tempo de namoro seu, eu percebi... que... você faz falta. (nessa hora um calafrio subiu pela minha espinha enquanto ela ia se aproximando mais de mim)

Nós ficamos um tempo juntinhos, até que eu respirei fundo e disse:
EU: Senti saudades suas... (olhos fechados, cabeças encontradas, mãos unidas) Nesse tempo... longe, eu vi que você é mais importante pra mim do que imaginei que fosse. (coração à mil, mãos geladas, frio na barriga)

E um beijo aconteceu. O momento que eu estava esperando há pelo menos um ano e meio finalmente aconteceu naquela tarde de maio. Deve ter sido um dos momentos mais legais que já aconteceu comigo durante minha vida colegial.

Todo o nervosismo, o sentimento verdadeiro, os hormônios soltando fogos coloridos fizeram daquele momento, um dos momentos que eu vou lembrar pela vida toda.
O nosso namoro perfeito não deu certo, pelo menos não do jeito que a gente esperava. A gente ficou junto durante um ano e nem foi o melhor ano da minha vida. Claro, existiram momentos divinos que eu salvei com muito cuidado na minha memória, mas também existiram momentos que teria sido melhor nem terem existido.

O que ficou mesmo foi toda a expêriencia que nós dois adquirimos.
Descobrimos que nem tudo acaba sendo do jeito que a gente planeja para ser. Que em algum momento alguma coisa pode dar errado e quando isso acontece, tudo pode desabar em um instante.

A gente ainda é amigo. Vejo ela frequentemente. Ela agora é casada e tem uma filha.
Mesmo depois de nossos planos amorosos juntos não terem dado certo, nós ainda temos o plano original: seremos amigos até ficarmos velhos e pelancudos.

Um comentário:

Isabella F. disse...

Muito obrigada por comentar no blog. Valeu mesmo!

www.simbologiamaldita.com